quarta-feira, 30 de abril de 2014

EMMANUEL E O TEMPO

Diz Emmanuel que o homem pode acumular o ouro para negociá-lo quando oportuno. Para tanto, dispõe de meios para reter a safra de cereais, na expectativa de preços que sejam mais convenientes ao lucro.

Entretanto, das riquezas que a Divina Providência lhe empresta, existe uma que ele não consegue armazenar: o tempo.

Toda criatura é obrigada a gastar suas horas, trocando-as por algo. Há quem as troque por trabalho e cultura, serviço ao próximo e dever cumprido, ociosidade e queixume, irritação e rebeldia. Ao fim de cada existência, os Admistradores da Horas perguntarão: O que fizestes do tempo que o Senhor te confiou?
 
Neste momento compreenderemos que o tempo é vida.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A "MULHER DE JESUS"


O pequeno fragmento de papiro conhecido como “Evangelho da Mulher de Jesus” é autêntico. O texto é o único no qual Cristo é retratado pronunciando as palavras “minha mulher”, em diálogos na língua copta (idioma egípcio, descendente da língua falada pelos faraós). Veja uma representação do fragmento (do tamanho de um cartão de crédito!) no infográfico abaixo.

A afirmação de autenticidade vem de um comunicado da Escola de Teologia de Harvard, onde trabalha a pesquisadora americana Karen King, responsável pela análise inicial do documento. Os dados que corroboram a autenticidade do papiro foram a datação do material pelo método do carbono-14 (que mede a antiguidade da matéria orgânica no papiro, ou em qualquer outro objeto) e a análise das moléculas de tinta nele, compatíveis com tintas antigas feitas à base de carvão. Cientistas de diversas instituições se uniram para fazer a análise.

Veredicto, segundo Harvard: a cópia analisada por King dataria de algum momento entre os séculos 6 e 9. Isso é só uma data mínima, veja bem — o texto em si pode ter sido escrito muito antes, ou perto da época da produção do papiro, é difícil dizer.

Abaixo, algumas notas rápidas sobre a nova análise, e sobre o que ela pode significar:

1)Muitos especialistas em cristianismo antigo continuam vendo com um bocado de desconfiança o texto, mesmo após os testes. A caligrafia é bizarra, há erros de gramática esquisitos no texto, as palavras cruciais (“minha mulher”) parecem ter sido escritas em negrito, entre outras coisas. Em tese, um forjador poderia ter pegado um papiro antigo e usado uma tinta produzida segundo métodos antigos pra chegar ao texto do fragmento.

2)Ainda que o texto seja autêntico, é muito difícil dizer do que exatamente Jesus estaria falando — ou seja, qual seria a teologia por trás da ideia de casamento dele por parte do autor do texto — sem ter o contexto mais amplo da narrativa, ou diálogo, ou sei lá o que seja essa obra. Ideias que, do ponto de vista de um cristão médio de hoje, seriam esquisitas ou mesmo absurdas circulavam pra todo lado nos primeiros séculos do cristianismo. A maioria delas, porém, não via com bons olhos a sexualidade e o casamento

3)Talvez o mais importante: esse tipo de texto não nos diz rigorosamente NADA sobre o estado civil do personagem histórico Jesus de Nazaré. Tudo indica que se trata de uma obra tardia, produzida por cristãos cujo interesse era retratar Jesus como base de suas especulações teológicas e místicas, e não contar algo de histórico sobre sua vida terrena.

O papiro pode trazer dados interessantes pra compreender algumas correntes de pensamento do cristianismo primitivo. É legal, mas muito menos bombástico do que uma suposta “certidão de casamento” de Jesus.







sexta-feira, 4 de abril de 2014

A VISÃO DOS MESTRES - Rossetti





“Sei que já estive aqui antes,

mas onde e quando não sei dizer;

conheço a relva que há lá fora,

o cheiro doce e penetrante,

as luzes da praia, o som sussurrante.

Já foste minha algum dia -

Há quanto tempo não sei dizer:

Mas no momento em que viraste o rosto

para seguir o vôo daquele pássaro,

foi como se um véu caísse, - eu vira aquilo antes".



Dante Gabriel Rossetti (Nasceu em Londres, em 12 de Maio de 1828, e  morreu em Birchington-on-Sea, Inglaterra, em 9 de Abril de 1882). Pintor e poeta inglês do século XIX.

A VISÃO DOS MESTRES - Goethe


“A alma do homem é como a água;

Vem do Céu e sobe para o Céu,

Para depois voltar à Terra,

Em eterno ir e vir“.

Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt am Main, 28 de Agosto de 1749 — Weimar, 22 de Março de 1832). Escritor alemão e pensador que também fez incursões pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu. De sua vasta produção fazem parte: romances, peças de teatro, poemas, escritos autobiográficos, reflexões teóricas nas áreas de arte, literatura e ciências naturais

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A VISÃO DOS MESTRES - Khalil Gibran


“Fica sabendo, portanto, que hei de voltar

do silêncio maior... Não esqueças que

voltarei para ti... Um pouco de tempo,

um momento de repouso sobre o vento,

e uma outra mulher me dará à luz.”



Gibran Khalil Gibran (Bicharre, 6 de janeiro de 1883 – Nova Iorque, 10 de abril de 1931) , ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor.