quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Feliz Ano Novo

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: "Pai, começa o começo!”

O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.

Não sou mais criança. E muitas vezes fico tão perdido sem saber pra quem pedir pra pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho.

Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades do trabalho, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário para fazer tudo certo, para não decepcionar as pessoas que me amam, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.

Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis… Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta.

Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: “Pai, começa o começo!”



Ele não só “começará o começo”, mas resolverá toda a situação para você. Não sei que tipo de dificuldade eu e você encontraremos pela frente. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: “Pai, começa o começo."

Roberto Shinyashiki 

sábado, 25 de junho de 2016

DESAPEGO: O carma mais poderoso

Você não é capaz de deixar de sentir raiva. Você não é capaz de deixar de sentir vaidade. Você não é capaz de deixar de sentir afeição. Mas você é capaz de não estar apegado. Você não é capaz de deixar de sentir tristeza. Mas é capaz de sentir-se desapegado da tristeza. Você não é capaz de deixar de sentir felicidade, mas é capaz de se desprender da felicidade. Como ser humano, a única via é deixar de estar apegado. Você não é capaz de deixar de estar apreensivo diante de alguma situação, ou de criar expectativas sobre algo, mas é capaz de não estar preso às expectativas surgidas, as apreensões. Você não é capaz de deixar de sentir dor, mas é capaz de não estar amarrado ao sofrimento. A ação mais elevada do ser humano é a de não estar apegado aos seus sentimentos, aos seus pensamentos, às suas percepções. Por que assim torna-se semelhante à terra e ao universo. Não estar apegado libera os outros simultaneamente. Você não é capaz de deixar de sentir desejos, mas é muito capaz de não estar mais preso, sitiado, diminuído, limitado e definido, pelos desejos. Por que você é capaz de não estar possuído pelos desejos. Desprender-se é a coisa mais importante que o ser humano é capaz de fazer nessa existência.
Seu corpo-mente não é definitivo. A habilidade de penetrar o profundo desprendimento e nele permanecer é o contato definitivo com o eterno. A habilidade de se desprender é o mais poderoso carma para a nossa liberação final. Encontrar-se desprendido é reconhecer seu lar além do tempo-espaço. O desapego é uma atitude totalmente humana e transcendente. Embora este seja o estado natural da "mente do universo", para o ser humano é necessário uma ação e uma determinação neste sentido. Sem absolutamente nenhum prejuízo à sua integridade.
A habilidade de livrar a mente do apego a si mesma, e portanto do mundo, é exatamente a liberação do sofrimento. A única maneira de livrar o mundo de todo o sofrimento. Um salto além de todos os impedimentos. O fim do medo.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

SER ESPIRITA



Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão... Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera... Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade...
 
Não é superar o próximo; é superar a si mesmo... Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno...
 
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação; é compreendê-la... como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição... Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber...
 
Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança... Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer...
 
Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão...
 
O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença... Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus...
 
Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente. Anormal é não ser bom...
 
Ser espírita não é curar ninguém; é  contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura... Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios, que estão na sua vontade sincera e perseverante...
 
Ser espírita não é consolar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, é mais bem aventurado dar do que receber...
  
Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos;  é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.
 
Isto é ser Espírita com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre. 
 
Aprendendo a lidar com as crises.
autor Wanderley Pereira.