Dele conservam-se somente três fragmentos: dois,
muito pequenos, em grego, em manuscritos do século III e outro, mais extenso, em copto, provável
tradução do original grego. O texto copto foi achado em 1896 embora não tenha
sido publicado até 1955. Os fragmentos em grego foram publicados,
respectivamente, em 1938 e em 1983.
Em nenhum dos fragmentos há alguma menção
sobre o autor deste evangelho. O nome que recebe tradicionalmente, Evangelho de
Maria Madalena, deve-se a que se cita no texto uma discípula de Jesus chamada
Maria, que a maioria dos especialistas identificam com a Maria Madalena que
aparece nos Evangelhos Canônicos.
Não pode ser posterior ao século III, já que os
manuscritos em grego correspondem a esta época. Por características internas do
texto, como a presença de ideias gnósticas, considera-se que foi redigido no
século II.
Conteúdo
No fragmento copto, que é o mais extenso, faltam
várias páginas e trata-se de um diálogo entre Jesus e seus discípulos. Depois
da partida de Jesus, os Apóstolos ficaram desorientados:
Eles, no entanto, estavam entristecidos e choravam
amargamente dizendo: Como iremos até os gentios e pregaremos o evangelho do
reino do filho do homem? Se não tiveram nenhuma consideração com Ele? Como
terão conosco?
Então, Maria levantou-se, saudou a todos e
disse a seus irmãos:
Não choreis e não vos entristeçais. Não vacileis
mais, pois sua graça descerá sobre vós e vos protegerá. Melhor, glorifiquemos
sua grandeza, pois nos preparou e nos fez homens. Depois de dizer isto, Maria
converteu seus corações ao bem e começaram a comentar as palavras do
[Salvador].
Maria,
então, relata uma visão e o diálogo que manteve com Jesus nesta visão, cheio de
termos próprios do pensamento gnóstico.
O testemunho de Maria é recusado por André e por
Pedro, os que duvidam que Jesus tenha preferido uma mulher que a eles para
fazer revelações secretas. No entanto, Levi (o apóstolo Mateus) decide pregar
"o Evangelho segundo Maria".
Segundo interpretações, o texto revela as tensões
existentes nas primitivas comunidades cristãs entre os proto-ortodoxos,
representados por Pedro, e os gnósticos, simbolizados por Maria Madalena. Um
confronto similar existe em outros textos gnósticos, como o Evangelho de Tomás,
a Pistis Sopia ou o Evangelho Copto dos egípcios. Além disso, de acordo com
este texto, Maria Madalena teria sido depositária de revelações secretas de
Jesus, e teria tido um papel destacado na comunidade cristã pós-pascoal.
Podemos encontrar certas analogias entre as idéias
expostas neste evangelho e as religiões orientais como o taoísmo e o budismo.
Primo, estou gostando de ver seu blog, estou acompanhando, curtindo e lendo aos poucos, na medida do possível.
ResponderExcluirVenho sempre visitá-lo, e já coloquei seu blog entre os meus preferidos.
Bjs e Tenha um bom dia de Corpus Cristi.