Apesar de ter ficado muito popular nos últimos 10 anos com o advento das
terapias das vidas passadas, há muito tempo estudiosos se dedicam a desvendar o
misterioso mundo do além. Cientistas de todo o mundo registram evidencias de
visões descritas por pacientes em estado terminal, a chamada EQM, experiência
de quase morte. A possibilidade da vida e da morte serem mais do que processos
biológicos, a existência do espirito e o conceito de reencarnação, são temas
que agitam discussões filosóficas e religiosas desde sempre. Povos da
antiguidade, especialmente os orientais, tinham versões diferentes para o que
acontece após a morte, mas este assunto polêmico também agita o meio
científico...
Há uma tese que diz que, as Experiências de Quase Morte, são alucinações
geradas pela falta de oxigênio no cérebro quando um paciente entra em coma por
exemplo. O problema é que existem apenas evidências e não provas desses
fenômenos. E eles podem ter outras explicações, apesar de se repetirem da mesma
forma em vários lugares do mundo. Muitas destas teorias são aceitas sem uma
rigorosa avaliação só por virem de profissionais de prestígio. A contribuição
dos espiritualistas passa pela busca de formas contundentes para a aceitação do
transcendental, como a gravação de vozes e até de imagens de espíritos.
Mas, enquanto os cientistas tentam conhecer apenas superficialmente esse
mundo imaterial, outros se dedicam a explorá-lo mais profundamente, querendo
saber o que acontece de fato depois da morte. Então, alguns psicólogos e
psiquiatras, passaram considerar o que era teoria, como aceitável, devido aos
relatos de pacientes submetidos à terapia de vidas passadas. No tratamento,
eles são levados, por hipnose, a reviver memórias traumáticas de supostas
reencarnações. A partir disto, um grande campo de pesquisas foi aberto e,
passada a primeira fase de perplexidade, surgiu o interesse pelo que chamam de “entrevidas”
– período entre uma encarnação e outra. Se o ser humano vive várias vidas, o
que faz entre uma e outra? Segundo o conceito espirita, se prepara para a nova
empreitada na Terra se assim for necessário. Muitos são levados a hospitais,
outros a centros de recuperação e estudos.
Um grupo de pesquisadores criou um projeto com médicos e cientistas
ligados a Universidade de São Paulo e começaram a ouvir alguns relatos em que
os pacientes citam locais de natureza exuberante e prédios com equipamentos
médicos e de comunicação altamente sofisticados. Descrevem máquinas avançadas utilizadas
no processo de cura aplicada para ajudar no autoconhecimento que antecede cada
reencarnação. Dizem que as cidades espirituais possuem estações de transição e
hospitais para acolhimento dos que chegam, situadas sobre diversas regiões do
planeta, a mesma descrição encontrada nos relatos do além descritos pelo Doutor
Bezerra de Menezes nos seus livros e em especial no romance “Nosso Lar” psicografado por Chico Xavier. Menciona
também o Centro de Pesquisas da Consciência, onde o espírito vê projetado em
uma tela os fatos de suas encarnações anteriores.
Nas sessões de regressão, são revistas todas as fases da vida para
detectar traumas que possam ter relação com a queixa do paciente. Se ele for
para uma suposta vida passada, é conduzido a vivenciar a suposta morte e o período
“entrevidas”. Nestas sessões, é comum a lembrança
de momentos dolorosos daquele período. Solidão, abandono, tristeza, ódio e
paixão permanecem intactos no além. Mas há também a referência a amigos,
familiares e desconhecidos iluminados. Alguns falam de seres benéficos, outros
de uma luz que os conduz a locais de repouso e recuperação. Também descrevem com riqueza de detalhes os
estados emocionais, conflitos e encontros com familiares ou seres mais
evoluídos. Alguns descrevem até a visão do próprio velório e enterro e a
permanência entre os vivos.
Nessas sessões, também é comum, os pacientes se verem programando a
próxima volta a Terra. É quando a pessoa entende por que pediu para voltar
naquele contexto. Nesse período, os espíritos podem ser tratados, trabalhar,
estudar e conhecer estágios de evolução diferentes. Depois, reencarnam para
testar o que aprenderam neste período.
Os que passam pela
experiência ficam fascinados em descobrir que foram soldados, sacerdotes ou simples escravos e outras
vidas e revivem as dores, amores, ódios e fracassos destas experiências. Mas o
que dá credibilidade à terapia é a eficácia com que os pacientes resolvem seus
problemas depois de se subterrem ao processo. A maioria resolve questões de
ordem psicológica ou problemas de saúde que a medicina ou terapia convencional não
curaram antes. Alguns pacientes demonstraram preocupação em se participar pelo
fato de que a ideia de reencarnação não faz parte de suas crenças religiosas, o
que para o tratamento não importa.
Segundo os médicos do projeto, mesmo que a lembrança e sentimentos
despertados durante o processo terapêutico não sejam reais, mas apenas formas
representativas, elas cumprem a função de trazer para o consciente, problemas
mal resolvidos e traumas jogados para debaixo do tapete da mente. De qualquer
forma, já há um esforço para se comprovar cientificamente se essas memórias são
verídicas ou elaborações mentais. Institutos e Associações médicas respeitadas
pesquisam o funcionamento do cérebro durante a terapia regressiva. Cito aqui,
por exemplo, um estudo feito pela Universidade da Pensilvânia que monitorou o
fluxo sanguíneo no cérebro e revelou que as estruturas mais solicitadas são as
do lobo médio temporal e as do lobo pré-frontal esquerdo, que respondem pela
memória e pela emoção. Conclui-se daí que as histórias contadas durante a regressão
não são fruto da imaginação, pois, se assim fosse, o lobo frontal seria
acionado e a carga emocional não seria tão intensa.
A crença na vida após a morte faz parte de religiões orientais como o
budismo e o hinduísmo e esses detalhes coincidem com os conceitos defendidos
pelo espiritismo. Vários livros psicografados pelo médium Chico Xavier mostram
situações e cenários semelhantes. Os que chegam ao estado maior de evolução só
voltam a Terra se quiserem. Todos são submetidos ao que Alan Kardec, o
codificador do espiritismo, chama de planejamento reencarnatório: os menos
evoluídos nada escolhem, são tutelados por orientadores e a reencarnação é
compulsória. Participar da escolha depende da evolução do espírito.
Quando participei das
experiências de regressão, fui convidado a verificar os fatos sob o ponto de
vista da Doutrina Espirita. Claro que minha primeira e principal referência
sobre o assunto foi o O Livro dos Espíritos.
Na parte 2a., cap. VII, perguntas 392 à 399, com o título: O esquecimento do passado quando os Espíritos alertam para os
inconvenientes que a lembrança do passado teria para os indivíduos.
Encontrei também diversas
obras na literatura espírita que defendem a utilização terapêutica da regressão.
Entre elas, destaco o Dr. Jorge Andréa, psiquiatra e pesquisador do psiquismo
profundo e da reencarnação com vasta contribuição nessa área. Entre os
desencarnados, através das obras psicografadas, não há uma contraindicação à
utilização da nos casos em que forem verificados graves problemas psíquicos,
emocionais, físicos ou de comportamento. Pelo contrário. Espíritos como Joanna
de Ângelis ( O Homem Integral) e Bezerra de Menezes ( Loucura e Obsessão) tem
ressaltado, através de algumas de suas obras, a importância deste tipo de abordagem
científica na minimização do sofrimento humano.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no
capítulo 5, temos a orientação dos espíritos para empreender todos os nossos esforços
no sentido de minimizar o sofrimento dos homens. Ora se a Terapia desponta como
um instrumento da ciência que pode ajudar nesse processo de aprimoramento do
ser humano pela cura de alguns de seus sofrimentos, por que não utilizá-la?
Será que não poderíamos utilizá-la para ajudar uma pessoa a superar sua
Síndrome do Pânico ou de uma depressão profunda, por exemplo?
Em vídeo ele diz: "Estamos de pleno acordo com a terapia às
vivências ou às existências às vidas passadas, principalmente quando o
indivíduo é vítima de determinados transtornos. Terapia que vai nos levar
exatamente ao momento do trauma. E o bom psicoterapeuta, trabalhando naquele
trauma do passado, anula as consequências do conflito de hoje".
Mas alerta para que a
regressão seja aplicada somente por pessoas treinadas da área de saúde mental
e fora de centro espírita. Como toda técnica terapêutica, com
equilíbrio, bom senso, muito estudo e treino para aplicá-la eficientemente. Se a
terapia seguir os requisitos acima poderá ser de muita ajuda para pessoas que
estão sofrendo, completa Divaldo.
Isto é fato! Porque temos observado
muita mistificação (senão charlatanismo) no que se tornou um modismo, uma
novidade para atrair incautos para dentro de consultórios preocupados apenas
com o lucro. Os processos hipnóticos podem, na maioria dos casos, levar a
lembrança até a vida intrauterina e, daí em diante, qualquer lembrança é
ilusória, apenas imaginação do paciente.
Aguardemos os próximos
avanços da ciência, mas enquanto as provas científicas sobre o além não
aparecem, só resta o caminho da fé aos interessados em tema tão fascinante.
FONTES
Livro dos Espíritos. Na parte 2a., cap. VII, perguntas 392 à 399
O Evangelho Segundo o Espiritismo
André Luiz - Nosso Lar
Revista Isto É - Reencarnação
Dr. Jorge Andréa - obras diversas
Joana de Angelis - O Homem Integral
Bezerra de Menezes - loucura e Obsessão.