terça-feira, 18 de junho de 2013

ZIBIA não me representa!


A Revista Isto É publicou na edição nº 2.272 uma capa com o titulo: “O Império Espírita de Zíbia Gasparetto”. Em que pese o forte apelo para atrair leitores simpatizantes e contraditores do Espiritismo, a chamada induz à associação dos interesses financeiros da referida escritora à exploração comercial da crença espírita.
 Inicialmente destacando o sucesso mercadológico de Zíbia Gasparetto e o luxo de seu escritório no qual o repórter João Loes foi recebido, a matéria comenta a trajetória da psicógrafa, desde o início de suas experiências mediúnicas até a fundação do rentável negócio editorial mantido por ela e sua família.

A reportagem destaca a declaração da escritora de que não segue mais o Espiritismo, pois a mesma optou por trilhar caminhos que seriam incompatíveis com os princípios espíritas. Segundo a entrevistada, ela preferiu ter mais liberdade para agir e afirma não ter qualquer problema em receber os direitos autorais das obras psicografadas. “Não há problema em se ganhar dinheiro com a mediunidade”, diz ela. Em determinando momento da entrevista, Zíbia Gasparetto afirma, despudoradamente, que “Chico Xavier abriu mão dos direitos dos livros dele, mas uma vez chorou para mim, arrependido do que tinha feito”.

O texto é finalizado com a perspectiva de expansão dos negócios da família Gasparetto no nicho espiritualista, mencionando a abertura de novas frentes comerciais no rádio e televisão para constituir o império que a chamada de capa da revista erroneamente rotulou de espírita, pois se trata de um negócio privado construído sobre bases bem materiais.

O primeiro aspecto que deve ser criticado nessa reportagem é a conduta distorcida do responsável pela revista. Uma vez que na própria reportagem a entrevistada não se declara espírita, a Revista Isto É, portanto, comete dolo intencional ao usar o termo “espírita” em sua chamada de capa. A deplorável decisão do editor desse periódico pode induzir o leitor a associar o enriquecimento da mencionada escritora ao Espiritismo, fato esse que desvirtua o preceito espírita de não se cobrar pela atividade mediúnica. Ora, Sr. Editor, até que ponto as supostas vendas adicionais da revista compensam um ato de mau jornalismo?

O segundo aspecto a ser mencionado é a infeliz afirmação de Zíbia Gasparetto de que o médium Chico Xavier teria se arrependido de ter cedido integralmente os direitos autorais de seus livros. Ora Dª Gasparetto, será que a sua consciência está pesando por saber das consequências do apego à riqueza transitória e sua afirmação sobre Chico é uma tentativa de atenuar esse peso? Desde quando um homem que deu provas durante toda a sua vida de desinteresse material passou a reclamar sobre a situação financeira? Carece de fundamentação e lógica essa sua afirmação.

E o terceiro e último aspecto que merece ser mencionado é até favorável à Zíbia Gasparetto. Deve-se reconhecer que a mesma foi coerente ao não mais se afirmar adepta da Doutrina Espírita. Que bom seria se todas as pessoas descontentes com o Espiritismo simplesmente parassem de se autodenominar espíritas e assumissem outras linhas espiritualistas. Seria mais racional e elas parariam de gerar modismos e celeumas para tentar adequar a doutrina às próprias convicções.

Fonte: Educador Espirita

quarta-feira, 12 de junho de 2013

CIRURGIA ESPIRITUAL




A cirurgia espiritual não é consenso entre os espíritas. Muitos acreditam que a prática dá margem ao charlatanismo e não deveria ser realizada. De qualquer forma, o fenômeno da medicina espírita intriga a ciência e tem suscitado a realização de estudos. Um deles foi feito no Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Hospital das Clínicas de São Paulo, vinculado à Faculdade de Medicina da USP. Os cientistas acompanharam o trabalho de um famoso cirurgião espiritual de Goiás em seis pacientes. Eles verificaram que, embora não tivesse sido dada anestesia, praticamente não houve queixa de dor. Também não havia assepsia, mas nenhum doente teve infecção no período observado.

Outro médico que também faz pesquisas é o psiquiatra Sérgio Felipe de Oliveira, presidente da AME - Associação Médico-Espírita de São Paulo. “Há evidências suficientes para que a ciência se interesse pelo assunto. Na minha clínica, observo que quem recebe atendimento médico e espiritual toma menos remédios e adere melhor ao tratamento em relação aos que só passam pela consulta”, afirma.

Ele é um dos cientistas que defendem o aprofundamento das investigações sobre a medicina e a espiritualidade, até para que seja possível encontrar a resposta para os casos bem-sucedidos desse casamento. A idéia é estudar não só os efeitos das práticas espíritas, mas o poder da oração e da fé, por exemplo. Essa proposta já é seguida por instituições estrangeiras. Alguns cientistas chegaram a conclusões interessantes. “A religiosidade fortalece o sistema de defesa dos pacientes”, disse Harold Koenig, da Universidade de Duke em uma entrevista a revista ISTO É . Porém, nem sempre os tratamentos que unem medicina e religiosidade, inclusive o espiritismo, têm final feliz. Por isso, muitos cientistas vêem com reservas essa relação.

O Conselho Federal de Medicina não critica os médicos que estimulam a prática religiosa a seus pacientes. “Mas somos contra as pessoas que praticam a medicina sem ser médicos, como as que realizam as cirurgias espirituais”, avisa Luiz Salvador de Miranda Sá Júnior, primeiro secretário do CFM.


TESTEMUNHOS
 
A treinadora do Flamengo e deputada estadual Georgette Vidor (PP), ficou paraplégica após um acidente de ônibus em maio de 1997. Dois anos depois, decidiu dar mais atenção à sua espiritualidade. “Comecei a receber passes. Não achava que aquilo iria me tirar da cadeira de rodas. Queria me tornar uma pessoa melhor”, explica. Mesmo com toda a adrenalina de treinadora, ela dava um jeito de não faltar às sessões. Embora lamente o acidente até hoje, admite que conseguiu o objetivo de se aprimorar. “Meus amigos até me dizem que eu era muito carrancuda e fiquei mais bonita”, festeja.
 
Desde 1995, a cantora Elba Ramalho, é frequentadora assídua do centro espírita Lar de Frei Luiz, no Rio.



A cantora já fez diversos tratamentos. Numa ocasião, sentiu pontadas estranhas na região do fígado. Elba foi operada em uma sessão de materialização – em que um espírito se materializa, segundo a doutrina espírita. No Frei Luiz, o principal médico a realizar esses trabalhos é o espírito do doutor Frederick, um alemão nazista que viria do além para limpar seu carma. “Ele abriu minha barriga inteira com seu dedo. Jorrava sangue. Disse que eu tinha uma carga muito grande nessa região, que poderia se transformar em doença no futuro próximo”, recorda-se. Elba afirma que recorre ao centro não apenas em busca de cura física e espiritual. “Frei Luiz me dá proteção, equilíbrio e muita paz”, diz.

De qualquer maneira, é sempre preciso buscar lugares e pessoas que exerçam com seriedade e responsabilidade esta atividade. Médiuns caridosos e entidades que atuem com respeito aos valores e tradições espiritas.  


sábado, 1 de junho de 2013

MEDICINA ESPIRITUAL

 
 
Nós, espíritas, acreditamos que as pessoas negativas podem atrair espíritos desencarnados que contribuem para o surgimento de desequilíbrios físicos e mentais. Indivíduos que guardam mágoas, por exemplo, sofrem alterações químicas que podem levar ao aparecimento de doenças ou ao seu agravamento. Além das atividades convencionais da doutrina espirita uma nova tendência ganha corpo na sociedade: a Medicina Espiritual que reúne profissionais que praticam a medicina convencional, mas usam sua crença para tentar melhorar a saúde do paciente que quiser receber esse atendimento. Estes profissionais, além do conhecimento científico do corpo humano, acreditam que o organismo pode ser influenciado por espíritos desencarnados – ou por pensamentos das próprias pessoas.

A técnica destes profissionais que seguem a doutrina é adotar medidas preconizadas pelo espiritismo para reverter esses quadros. Uma delas é fazer a aplicação de passes (imposição de mãos para energização e transferência de bons fluidos).

Essas práticas também fazem parte do tratamento aplicado nos hospitais espíritas existentes no País. Hoje, há 100 instituições do gênero. São entidades que oferecem atendimento espiritual gratuito. A maioria delas é destinada à assistência psiquiátrica. Nesses locais, o doente é submetido ao tratamento tradicional – o que inclui remédios e terapia psicológica – e, se desejar, cuida do espírito.
 
Fundação Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, em Guarulhos (SP).
 
Na instituição moram cerca de 700 portadores de deficiências mentais e outros 500 são atendidos no ambulatório. A maior parte nasceu com paralisia cerebral.

O psiquiatra Frederico Leão é um dos médicos da fundação. Surpreso diante da evolução de doentes que combinavam o atendimento espiritual e o convencional, ele fez uma tese de mestrado sobre o assunto, que foi defendida na USP. “Vi casos em que, quando os doentes se submetiam ao tratamento médico e espiritual, tinham uma evolução boa”, conta. Um dos casos é o de um paciente de 30 anos, que nasceu com paralisia cerebral. Ele não se expressa direito e se locomove numa cadeira de rodas. Há cinco anos, passou a ficar inquieto e manchas escuras apareceram em sua pele. “Os médicos fizeram de tudo e nada adiantou”, lembra-se Márcia Lopes, psicóloga da instituição. Continuaram com os remédios, mas também aplicaram o passe. Os sintomas desapareceram.

Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, de Curitiba.
 
Aqui, os médicos também adotam uma prática da doutrina que ajudaria no tratamento. São as sessões de “desobsessão”, reuniões nas quais médiuns (pessoas por meio das quais os espíritos se manifestariam) serviriam como instrumento para que espíritos que estão atormentando o doente se comunicassem e fossem convencidos a deixá-lo em paz. “Quando isso acontece, o paciente fica mais calmo e seu estado clínico melhora”, garante o psicólogo Mário Sérgio Silveira, da instituição. O Hospital Espírita André Luiz, de Belo Horizonte, também usa o tratamento de “desobsessão”. “Em casos difíceis de esquizofrenia, por exemplo, fazemos essa recomendação”, afirma Roberto Lúcio de Souza, psiquiatra e diretor da instituição. Em nenhum desses locais, no entanto, deixa-se a terapia convencional de lado. “O tratamento espírita é complementar e não alternativo. Quem passa pelo atendimento, para qualquer doença, não pode deixar de tomar os remédios”, alerta Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil.

Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro.
 

A instituição conta com 800 médiuns e recebe cerca de quatro mil visitantes em cada um dos dias de atendimento (quarta-feira e domingo). Há 12 anos, essa média era de 800 pessoas. Todos buscam curas físicas, espirituais ou algum consolo. Há salas de cura, de “desobsessão” e de passes. Uma das histórias mais incríveis relacionadas ao centro foi a do compositor Tom Jobim (1927-1994). Quando se submetia a tratamentos convencionais para tratar um câncer de bexiga, Tom esteve duas vezes no Frei Luiz. Na véspera de viajar para Nova York, em 1994, quando morreu de parada cardíaca no Hospital Mount Sinai, o músico conversou com Ronaldo Gazolla, já falecido, na época presidente do centro. Tom estava na dúvida se viajava e quis saber a opinião de Gazolla. O médico desconversou, não queria influenciar o maestro, embora soubesse que os espíritos já o consideravam curado. “Mas se fosse com você?”, insistiu Tom. “Se fosse eu, não iria”, recomendou Gazolla. Não se sabe o que teria acontecido ao compositor se ele tivesse ouvido o conselho, mas com certeza não teria morrido na mesa de cirurgia. Ana Lontra Jobim, viúva do músico, fala do assunto com reserva. “Quando esteve lá, ele saiu mais aliviado”, conta. A farmacêutica Helena Gazolla, viúva de Ronaldo Gazolla, que assumiu a presidência da instituição, explica que, se ocorreram curas, são consequência do merecimento dos doentes. “A pessoa se cura por meio de sua fé. Os médiuns são apenas um canal de energia para ajudar na recuperação de cada um”, diz.

Um dos atendimentos mais importantes e incomuns em centros espíritas, oferecido pelo Lar de Frei Luiz, são as sessões de materialização, nas quais os espíritos poderiam ser vistos. A matéria-prima que daria forma física ao espírito é chamada de ectoplasma (substância que, de acordo com o espiritismo, seria liberada pelos médiuns para possibilitar a materialização das almas). Nessas reuniões, ocorrem também cirurgias espirituais, feitas por espíritos desencarnados que usariam o corpo do médium. 
 
Cirurgias espirituais é assunto que será publicado em uma postagem próxima.